quarta-feira, agosto 02, 2006

e essa tal história de EMO

Imagine se um dia eu não acordar
Quem vai puxar assunto com você?
Quem vai mentir que você é legal?
Imagine se um dia eu morrer

Você iria se arrepender,
De não ter dito tudo que eu perguntava
E eu vou morrer sem nunca saber
Se você, no fundo, me amava

Você choraria?
Se lamentaria?
Será que algum dia eu vou saber?

Mas eu também me arrependeria
Pois pra ti eu nunca me declarei
E agora também eu nem poderia
Declarar-me e eu nunca mais poderei
E isso faz com que eu me sinta mal
Embora nem se passa na sua cabeça
Que tudo que eu quero é ter você
Mas não creio que isso um dia aconteça

Será que algum dia... a gente poderia
Por que eu não posso ser feliz?
Vai ver é porque eu não deva

Ter você pra mim pode deixar assim
Se um dia eu não acordar

[Fresno - Se algum dia eu não acordar]

Eu realmente gosto dessas musiquinhas tristes, melancólicas, sejam em inglês ou português.
Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e vi um clipe de uns caras zoando ídolos pop. BLINK182. Eu tinha cds dos Backstreet Boys, Sandy e Jr., tentava dançar como a Britney Spears, queria as roupas das Spice Girls etc., essas coisas todas de pré-adolescente.
Mas, ver aquele clipe provocando todos eles foi o máximo. Amei aquilo!!!
Nada mais certo do que ir ao Napster (sim, o Napster era grátis) e procurar algumas músicas além de "All the small things". E a coisa foi crescendo... comprei um cd original deles, ouvia e achava tudo verdade, aquele sofrimento de não ser A legal, de não ter o carinha que eu gostava, mas tinha muita ironia, muita diversão no meio disso tudo. Per-fei-to.
Sobretudo, a minha tristeza era um tanto mais longa do que as das músicas. Eis que vejo um clipe no Soundtrack Channel, chamado "I'm just a kid" de uma banda de uns moleques, um punkezinho poperô... O plano era simples.
Pronto, comecei a ouvir Simple Plan desesperadamente. Isso em 2002, eu estava com 15 anos. Eles eram tristes e nem um pouco irônicos. Eles falavam tudo o que eu sentia (what the fuck is wrong with me/ i don't fit with anybody [...] and everyday is the worst day ever). Maravilhosamente caía como uma luva. Mais legal ainda: o Mark do Blink participou de uma música deles!!! "AAAAhhhh, tenho o aval da minha banda favorita!!!".
E nisso foi passando o tempo.
Apareceu CPM22, versão made in Brazil deste tipo de música, virei fanzoca.

2003. Eu finalmente comecei a namorar. "Oh! Ele adora CPM. Oh! Ele realmente gosta de mim". A coisa só foi aumentando, e foi ficando um pouco mais punk: Millencolin, Bad Religion. Mas continuei também na linha pop: ganhei toda a discografia do Blink e do Green Day (em mp3, óbvio... eu não tinha banda larga nem pc pra puxar nem uma música com mais de 7mb), o cd gravado daquela bandinha mais pop, aquele Simple Plan suuper legal, que tive que achar os nomes das músicas na Amazon.com porque não encontrava em outro lugar.
Pronto: 2005. Faculdade. Pessoas diferentes, gostos diferentes, cidade diferente. Conheci o "indie mainstrean": The Killers, Franz Ferdinand, Interpol, Belle and Sebastian, ouvi de verdade pela 1a. vez The Strokes, The isso, The aquilo, lógico, pois eram AS bandas novas. O som novo. Gostei de verdade de Franz e Killers. Estas terão sempre um lugar de honra. Foram com elas que a gente pulava enquanto desenhava até às 4h da manhã.
Fiquei mais flexível. Aceitei meu passado boy band. Reconheci o quanto eu curto dançar.
Nós até criamos um movimento "EMINDIE" (emo + indie), pois tudo no mundo era emo ao nosso ponto de vista. A maior parte das músicas eram sobre histórias tristes de amor. Aliás, não é isso que é EMO?
A moda pegou. Transformou-se em febre. Passou no Fantástico (?!), milhares de fotologs surgiram photoshopados com garotas e garotos de franjonas, olhos hiper-pintados de preto, colares de bolotas, fumando e reclamando da vida e declarando amor incondicional a sei lá quem.
No começo gostei do visual, era diferente, bonitinho, feminino mas não fofinho demais, piercings aos montes (eu gostava de piercings por causa do Travis do Blink, lembra??), mas depois passou a graça. Acabou. Fez ploft. Caiu por terra.

Agora... do que eu gosto? Eu sempre gostei deste tipo de música. Mas dá um pouco de insegurança de ser taxada. Eu gosto de emocore, hardcore. Adoro músicas tristes como aquela acima, do Fresno.
Bom, depois de ter que agüentar as gêmeas do Disk anunciando como gralhas os clipes do Simple Plan, por 500 mil vezes, enjoei. O blink182 entrou em um hiatus por tempo indeterminado.
Comecei a procurar outras bandas para que eu pudesse escutar sem ninguém me obrigar. Encontrei Fall Out Boy, Emo., The Click Five, All American Rejects, The Juliana Theory, Dashboard Confessional (este me mostraram na facul e eu simplesmente gostei desde a primeira... "so kiss me hard coz this will be last time that I let you"- tem coisa mais triste, imatura e fofa, assim tudo junto?), Fresno eu já tinha lido sobre, ouvi a música nova deles na MTV e gostei. Puxei mais algumas e me pareceu legal.
[Vamos ver até quando. A MTV deveria ter um número máximo de vezes por dia ou semana, sei lá, que tal clipe poderia passar, porque eles repetem muito, mesmo fora do Disk.]

É isso que estraga. A insistência. A ganância de fazer dinheiro com qualquer movimento que surge.

Fato interessante: até as bandas rejeitam o "life style" emo. Eles tocam o tal emocore, ou hardcore melódico, como preferirem, mas modo de vida destes adolescentes maquiados e munidos de máquinas fotográficas, isso eles (das bandas) não assumem. Realmente... as bandas não são franjudas.

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